quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Por uma Frente de Mobilização dos povos latino-americanos contra o golpismo imperialista na Venezuela * Partido Comunista dos Trabalhadores Brasileiros/PCTB

Por uma Frente de Mobilização dos povos latino-americanos contra o golpismo imperialista na Venezuela

Após a confirmação por parte do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela acerca da reeleição do presidente Nicolás Maduro no último domingo, para um novo mandato à frente de seu país, temos visto recrudescer o movimento golpista da extrema direita contra seu governo, articulado desde os porões imundos da Casa Branca. Uma vasta campanha midiática sincronizada internacionalmente antes mesmo da eleição, já preparava o terreno para o vandalismo planejado de forma espetacularizada, tendo como objetivo criar um clima de aparente caos e suposta ingovernabilidade do país, para assim tornar a opinião pública internacional (moldada pela imprensa do imperialismo) favorável a uma intervenção militar golpista, ou mesmo um clima hostil ao governo Maduro em seu próprio país, para daí concretizar a derrubada de seu governo.

Os métodos empregados já são vastamente conhecidos e fazem parte do arsenal golpista surrado, que a CIA e seus fantoches têm lançado mão para derrubar governos nacionalistas e populares. Trata-se de uma clara "revolução colorida" posta em marcha contra o governo chavista. Os chamados "opositores", liderados por Maria Corina Machado (que faz propaganda por sanções e intervenção contra seu próprio país)e Edmundo González--estes, lacaios lastimáveis dos interesses do capital imperialista contra seu povo--são em essência instrumentos criminosos de Washington.

O imperialismo ianque e seus serviços de inteligência, junto das ONGs, que não são mais que fachada da CIA, articulados com toda a grande imprensa internacional, põe em funcionamento uma sistemática campanha de propaganda de guerra contra o povo venezuelano, para isolar por completo o país. Em nosso continente por exemplo, tem sido vergonhoso o servilismo dos governos da esquerda burguesa, como os de Lula no Brasil, Gustavo Petro na Colômbia e López Obrador no México. As diplomacias destes países, afrontando a soberania da nação bolivariana, até o momento não reconheceram a reeleição de Maduro, exigindo da Venezuela que conte todos os seus votos e divulgue os registros em cada seção eleitoral. Uma afronta a soberania do país e, que, na prática tem jogado água no moinho da extrema direita venezuelana e legitimado a conspiração imperialista e midiática.

O presidente brasileiro por sua vez, já há algum tempo tem dado declarações desrespeitosas e afrontosas contra o governo Maduro. Na última semana antes da eleição venezuelana, Lula se fez de inocente e maliciosamente descontextualizou uma fala do presidente Maduro, para regozijo da extrema direita golpista e os patrões em Washington.

Essa postura vacilante, acovardada destes governantes vassalos, contribui decisivamente para o completo isolamento da Venezuela na América Latina e acirra mais os ânimos da contra-revolução fascista.

Na verdade, a Venezuela vive uma situação de impasse gravíssimo. Apesar do grande avanço conquistado pelas forças populares venezuelanas desde a revolução bolivariana, não se tem caminhado no ritmo necessário para a direção de uma economia planificada e seu regime político correspondente, que é a ditadura do proletariado. O constante cerco e sabotagem pelo qual o país passa, é na prática séria barreira de contenção para o desabrochar do desenvolvimento das forças produtivas e da qualidade de vida dos trabalhadores, apesar de ter conseguido muito. Na luta de classes, quem não conquista posições ao adversário, consequentemente entra num período de estagnação e logo, retrocesso, que abre para o inimigo as possibilidades de se impor e ganhar terreno.

A Venezuela entrou sem sombra de dúvida, numa situação de ponto sem retorno. Revolução e contra-revolução se enfrentam de forma aberta e sem máscaras. Uma vitória da extrema direita fascista, financiada e organizada pelo imperialismo, significaria com certeza, um período de duríssima guerra civil fratricida que atingiria o país. As forças fascistas em tal situação, não vacilaria em passar adiante um acerto de contas com toda a direção chavista e o conjunto da militância de esquerda no país, suprimindo-os fisicamente. A história das vitórias da contra-revolução são bem conhecidas, eles precisariam limpar terreno para a completa pilhagem da nação e supressão de todas as conquistas sociais das massas trabalhadoras. O petróleo venezuelano seria entregue de graça para as grandes companhias imperialistas; a estatal petrolífera vendida a preço de fim de feira. O país viraria uma neocolonia do capital financeiro. Para isso, seria preciso quebrar a espinha dorsal das forças populares e do proletariado bolivariano.

De forma sumária, esse seria o papel histórico da contra-revolução extremista na Venezuela a serviço dos interesses imperialistas em primeiro plano.

Por outro lado, o povo trabalhador venezuelano se encontra bem organizado. Possui clara consciência de classe e dos interesses da nação. As milícias bolivarianas por sua vez cumprem um papel da maior importância na defesa dos trabalhadores e do país. As Forças Armadas bolivarianas foram em grande medida depuradas de elementos golpistas e, devido a sua doutrina militar nacionalista e antiimperialista, dificulta sua penetração e divisão por parte do inimigo.

O governo chavista precisa a todo custo, manter em estado de permanente mobilização e politização as massas trabalhadoras. Mas acima de tudo: a revolução bolivariana precisa, se não quiser retroceder e abrir caminho ao inimigo, avançar para a socialização completa dos meios de produção; para um tipo de economia planificada e sobretudo, para a ditadura do proletariado, como forma de impedir o recuo do processo revolucionário e neutralizar as investidas do imperialismo.
A queda do governo bolivariano seria algo trágico para toda a América Latina, pois possibilitaria ao imperialismo maior sobrevida diante do seu declínio, ao se apossar das fontes de riquezas poderosíssimas da Venezuela e teria maior poderio diante dos povos do continente. Por sua vez, as forças da extrema direita encontrariam condições absolutamente favoráveis para avançar sua agenda golpista em toda a nossa região.

Dessa forma, é preciso cobrir de solidariedade militante e revolucionária a Venezuela, seu governo e seu povo. Fortalecer uma Frente de ação anti-golpista e antiimperialista devem ser tarefas urgentes. É preciso impulsionar em cada país da região uma agenda de mobilização e atos de rua em defesa do governo Maduro. Denunciar em toda a parte a sórdida campanha golpista é tarefa urgente.

A Frente Revolucionária dos Trabalhadores faz um chamado a PCOA e às demais forças do campo popular e da esquerda, para fortalecermos um pólo de luta em defesa do povo venezuelano e contra o imperialismo em nossa América.

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